quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Quadrinhos na Biblioteca Nacional




Começou no dia 10 de janeiro, mas por conta de umas tarefas de adequação de material científico para publicação comercial, não pude ir na inauguração. O fiz agora no dia 18, quarta-feira. A mostra Desenhar Para Sonhar: Quadrinhos Brasileiro no Acervo da Biblioteca Nacional apresentou parte do material em quadrinhos que se encontra na fundação. O visitante encontrou com facilidade no segundo andar (na entrada da Biblioteca Nacional) reproduções fac-símile e até mesmo alguns originais de publicações de quadrinhos pertencentes aos setores de periódicos e obras raras.

Exposição pequena, certa quantidade de fotografias fac-símiles de capas e trechos de publicações coloriam três colunatas de três lados e quatro mesas vitrines. As colunas estavam cobertas de fotografias que representavam as capas originais de quadrinhos como O Tico-Tico, Gibi (a maior quantidade do material), O Globo Juvenil, Suplemento Juvenil, e uma capa do Judoca e uma capa do Pirata. As publicações d´O Globo e Suplemento com vários personagens conhecidos das pessoas, como Pato Donald, Brucutu, Flash Gordon entre outros. Alguns trechos de quadrinhos podiam ser lidos entre essas capas, infelizmente sem nenhuma nota (nas colunas) que pudesse localizar suas origens.
Infelizmente as normas impediram que fotos pudessem ser tiradas tanto da exposição quanto de áreas da própria Biblioteca Nacional que eu já tive o prazer de fotografar anos anteriores onde essas regras não existiam. Algo sem muito fundamento, já que normas dessa natureza, em museus ou locais de exposições diversas, atendem às naturezas singulares dos objetos expostos como sensibilidade à luz, no caso do flash da máquina fotográfica, e riscos ou danos aos patrimônios, o que não ocorreria nem com as imagens copiadas (não originais) e nem mesmo com os originais em mesa protegida.

O atendimento no local, em minha visita, foi tranqüilo e bem informado (inclusive com educada abordagem para impedir fotografias), mas a exposição falhou na pouca quantidade e nos informativos dos materiais expostos. Um visitante comum ficaria sutilmente à deriva com uma enxurrada de imagens puramente alegóricas, pois algumas informações se encontram somente nas mesas vitrines e sem uma contextualização. Enfadonho para crianças, inexpressivos aos adultos, pelo menos a exposição apresenta visibilidade ao material histórico de quadrinhos encontrado na Biblioteca Nacional.

Material esse que um pesquisador empenhado poderá encontrar nos setores de obras raras e de periódicos (terceiro e segundo andar, respectivamente) nas formas de micro-filmagens ou mesmo em material digitalizado. Obras, como os quadrinhos do Ângelo Agostini, do século XIX e até mesmo publicações nacionais como Grandes Figuras em Quadrinhos, com personalidades históricas tratadas com narrativa positivista e pretendidas à educação infanto-juvenil. O pesquisador encontrará boa parte desse material em microfilmagens nos dois setores, com algumas publicações divididas entre ambos. O visitante que buscar esse material além da exposição fará uma viagem mais profunda e muito mais interessante. Mas lembre-se: Tenha um itinerário bibliográfico para não se perder no caminho!

Sávio Roz


A exposição acontece até o dia 29 de fevereiro, com entrada franca.
Avenida Rio Branco, 219, Centro - Rio de Janeiro/ RJ


(A imagem usada neste artigo é meramente ilustrativa como exemplo, não fazendo parte do acervo da exposição, já que não houve possibilidade de registrar em fotos.)

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