sexta-feira, 9 de maio de 2008

BIG BLACK BANG

BIG BLACK BANG!

Eis que os anos setenta apresentaram um Big Black Bang de personagens negros para os quadrinhos. Mesmo que esses personagens ainda não alcançassem a fama que muitos personagens brancos de antes, só o fato de boa parte deles possuir revistas próprias no mercado editorial americano já prova que não eram tão inexpressivos. Se dividirmos os leitores de quadrinhos dos expectadores externos, que limitam-se a poucas imagens e figuras de desenhos e filmes, os primeiros perceberão a pergunta sobre a presença negra nos quadrinhos como muito mais firme.

A Marvel deleitou-se diante dessas criações de personagens, seja num ambiente nova-iorquino, seja numa África ficcional. A empresa rival, a DC Comics, não poderia ficar de fora dessa nova expressão cultural que lavou como maré as décadas de 70 e 80. Logo a DC investiria timidamente coma criação de Vykin, na revista Forever People, de 1971. A quantidade, a partir de então, é enorme, por mais que alguns críticos preguiçosos de adentra à pesquisa aos documentos quadrinhos. As fortes manifestações e ações afirmativas do período 60-70 abriu uma fase cultural que valorizou o negro no cinema e nos quadrinhos. Seriados americanos cooptavam personagens negros da mesma maneiras que revistas em quadrinhos faziam, acrescentando uma singela quantidade de personagens em grandes grupos de super-seres.


O Lanterna Verde, personagem da DC Comics, mais conhecido como Hal Jordan, homem caucasiano, fazendo parte da Tropa dos Lanternas Verdes, precisa encontrar um substituto para usar o anel cósmico. Sua escolha é John Stewart, arquiteto desempregado, homem negro. Como teste, John deveria proteger um político racista, mostrando os choques do período. John não só o protege com honradez como descobre que tudo não passava de um plano feito pelo próprio político para incriminar a comunidade negra. Os criadores do personagem disseram numa entrevista que a criação de John seguia mais uma lógica racional do que uma política liberal, por que a diversidade etnica no mundo e a maior probabilidade fariam Jordan encontrar um negro.

Primeiro acerto da DC, John ficaria um bom tempo, infelizmente, como personagem secundário. Mas isso não cessou a criação de novos personagens nos anos 80. A revista estava estreando, era a New Teen Titans número 1, de 1980. Silas Stone é um cientista que está trabalhando com manipulações extradimensionais, quando um acidente mutila seu próprio filho, Victor Stone. Com partes do corpo separadas e algumas até mesmo destruídas, Silas vê-se obrigado a salvar o próprio filho acrescentendo á ele partes cibernéticas, robóticas, que o transformam em Cyborg, o sofrido herói que ganhou o gosto popular rapidamente. Não há como falar sobre a série Novos Titãs, por toda a década de 80, a década de 90 e até mesmo hoje, sem falar de Cyborg. Mais um ponto pra DC.

Cyborg e o Lanterna Verde John Stewart abrilhatariam as animações da Liga da Justiça e dos Novos Titãs no fim dos anos 90. A atual série de animação da Liga da Justiça (Liga da Justiça Sem Limites) tem uma forte participação de John, mostrando a prosperidade do personagem atualmente.

Os anos noventa pode ser compreendido como “a segunda onda” não só de liberdade étnica dos personagens, mas também editorial. As editoras novas que entravam no disputadíssimo mercado anteriormente dominado pela bipolaridade entre DC e Marvel, agora estava pluralizado. A Image Comics estreiou com Spawn, consagrando personagem e autor como nunca. Spawn é a reencarnação demoníaca de Al Simmons, soldado americano negro morto por traição e que volta á terra para vingar-se e proteger sua familia. Sucesso total. Mas o mais emblemático, pelo menos no ponto de vista da luta pela afirmação étnica, é o surgimento de uma editora só de personagens negros (ou melhor, com um número muito maior de negros nas suas histórias), a Milestone Media. A editora pesou também uma expressiva quantidade de super-heroínas negras.

A morte do Super-homem traria uma rede de intrigas e aparições de personagens que só uma estratégia de vendas bem sucedidas poderia trazer. Dessa forma, surge John Henry Irons, engenheiro mecatrônico que na ausência do protetor de metrópolis veste uma armadura e segurando uma marreta usa o codinome de Homem de Aço. Suas histórias envolviam tráfico de drogas e venda ilegal de armas nos subúrbios norte-americanos. O personagem passou um tempo esquecido, mas retornou com glória em 2006 em eventos especiais.

Atualmente nós estamos vendo mais um super-herói negro surgir sutilmente nos cinemas. Seu nome é James Rhodes. Amigo íntimo de Tony Stark, Rhodes assistiu a decadência do mesmo à bebida. As empresas de Stark quase faliram e seu papel como Homem de Ferra estava insustentável com o alcoolismo. Foi então que por um bom espaço de tempo, Rhodes foi o Homem de Ferro, mostrando sua identidade muitas edições depois. O personagem hoje é conhecido como Máquina de Combate e
utiliza uma versão mais belicista da armadura do Homem de Ferro. Se o presente leitor for ao cinema, percebe a troca de olhares de Rhodes com a armadura cinza que aparece... vamos torcer pra ele vestir!

Falta fôlego para acompanhar essa nova leva de personagens, considerando que estamos evitando falar de velhos amigos, como Pantera Negra e Tempestade, que continuam firmes e fortes até hoje. A medida que o tempo vai passando esses personagens vão enfrentando situações que são representações do que acontece no mundo. Enfrentam racismos em vários graus, que podem surgir de seus editores (quando não lançavam personagens negros) e de seus leitores (quando não os liam).

Lista essa quantidades de personagens é importante para mostrar o quão complexa é a realidade dentro das páginas dos quadrinhos, durante os anos que se passaram. Que é preciso ler para se tirar conclusões, é preciso conhecer mais aquilo que irá opinar ou construir idéias. Uma vez me perguntaram se existiam personagens negros nos quadrinhos por que só viam os brancos. Acho que o problema está aí, só viam os brancos. Eu vejo todos os meus amigos: negros, brancos, mestiços, homens, mulheres, heterossexuais e homossexuais. E esses amigos de “mentirinha” são reflexos de nossa sociedade.

Quem disse que não existem Super-Heróis negros?

(agradecimento silencioso à Cláudio Roberto Basílio)

(Artigo produzido para o Jornal Profusão de Idéias número 3)

2 comentários:

Vanessa Lee disse...

Huuuummm!

Anônimo disse...

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