segunda-feira, 11 de agosto de 2008

BRASIL em QUADRINHOS (ensaio de alguma coisa)




Na história dos Quadrinhos, o mercado experimentou de tudo (e ainda experimenta), tendo em determinados períodos o domínio de um ou outro gênero: Humor, Policial, ficção científica, super-heroi... etc.

Esse mercado oscilou bastante nos Estados Unidos e em alguns momentos na Europa. Em meu trabalho de pesquisa eu percebo que a Segunda Guerra Mundial acarretou numa diferenciação de mercado entre EUA e Europa. Enquanto os americanos entravam na Era dos Super-seres, os europeus reinventavam a ficção científica. Assim, não se encontrará na europa uma tradição de personagens do gênero.

Nós aqui temos outra história. Nossa história, em particular, orquestrou uma cultural plural e singular o suficiente para, diferente dos americanos, não termos heróis super-poderosos e beirando a perfeição. Os heróis do Brasil são sobreviventes eternos nadando na miséria e cantando em humor.

Na TV passou, uma semana atrás, uma reportagem (minha memória não sabe mais onde ou quando) sobre a "produção" de humoristas em estados nordestinos. A miséria e a dificuldade lapidaram um nordestino que ri de si para não chorar, uma força pelo humor. Assim, é fácil entender como Angelo Agostini, no fim do século XIX, criou nossos primeiros heróis: Nhô Quim e Zé Caipora!

O humor diante das mazelas políticas foram sempre presentes na história do Brasil, até mesmo quando a Ditadura Militar caçava os intelectualmente libertos. O século XX foi povoado por diversos artistas que encontraram no humor e não na ação o espaço ideal para atender o público brasileiro, como Henfil, Angeli, Laerte e Glauco, em revistas como Chiclete com Banana que está sendo reeditada recentemente.

Parece que para nossa realidade nacional o Batman e o Super-homens seriam pouco funcionais, não dispensáveis, mas menos ideais. Rir de nós mesmos acaba sendo um ato de heroismo e nossos heróis nacionais salvam com humor as próprias peles, não por serem egoistas, mas por perceberem que a resistência é um poder mais útil que voar ou ter visão de raio-x.

E o mais interessante: Rebordosa, a famosa "Porraloca" do Angeli, está de volta num documentário que não tem a pretensão de competir com a válvula de escape que é o Batman, mas de mostrar que até mesmo nos quadrinhos existe uma identidade brasileira nata.


Excelsior,
Sávio Roz

(Carta para um novo amigo)

2 comentários:

Ana disse...

amigoooo que saudade de vc meu trocinhosssss

Ana disse...

Não sei viver sem sua palavra amiga... sempre que eestou perdida ou quando quero compartilhar minhas alegrias penso em vc... que está sempre presente na minha vida e que por nenhum motivo me deixa só mesmo quando nos afastamos pelas adversidades da vida!!! te amo muito meu pequeno grande amigo!!! trocinhoooo!!!

beijunda,
caty