sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A Rota da Seda e o Mito de Bodhidarma




O comércio existente entre a Índia e a Mesopotâmia data de aproximadamente 2500 a. C., sendo comentado em muitos textos comerciais. Nos séculos VI a. C. a fabricação da seda estimulou um intenso comércio entre a China e a Índia e esses caminhos ligaram a Ásia à Europa. Caravanas abarrotadas de produtos circulavam incansavelmente nas estradas que ligavam os países participantes. Tiro, Antioquia e Palmira eram cidades recebedoras dos produtos no período do império Romano.
Foi somente quando monges cristãos contrabandearam os ovos do bicho-da-seda que o monopólio dos chineses sobre o tecido virtuoso acabou, isso no século VI d. C., e a seda foi fabricada no ocidente. Se o elemento material fosse fundamental na história da humanidade, a queda da rota da seda seria absoluta. Mas esse comércio entre as nações continuou, não só com outros elementos das chamadas especiarias, mas com o progresso do budismo na Ásia. Entre os monges que viajavam nas estradas da rota da seda estava Bodhidarma, monge indiano oriundo de Kanchipuram, vindo de Madras, entre caminhadas e viagens de barco, viajou pela China, chegou ao templo Shaolin onde se estabaleceu e fundou os ensinamentos que ficaram conhecidos como budismo Zen. Um relato de um viajante, Yang Hsuan-Chih, em 547 d.C., cita-o como um homem auspicioso, de barba e cabelos escuros, entre outros traços indianos. A falta de informações sobre Ta Mo, Como Bodhidarma é chamado na China, pode ser explicada pela posição inicialmente herética de suas práticas.
O mito de Bodhidarma, mesmo que não se concretize enquanto verdade explicita as eventualidades que fazem parte das origens dos grandes sistemas de luta da Ásia. Relacionam o comércio forte e ativo da rota da seda, as relações dos sistemas e a troca cultural das caravanas e dos guerreiros contratados para protege-las.

Sávio Roz

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